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Polícia apresenta supostos agressores de criança até à morte no Zaire

Redigido por on 08/05/2024

A Polícia Nacional em Mbanza Congo, província do Zaire, deteve segunda-feira, sete indivíduos, acusados de agredirem fisicamente um menor de 12 anos, até à morte, sob alegação de ser feiticeiro, noticiou o Jornal  de Angola.

De acordo com o porta-voz da delegação provincial do Ministério do Interior do Zaire, Sérgio Afonso, citado pelo diário estatal angolano, os acusados, que são membros da Igreja do Simão Toco, terão consultado um quimbandeiro, no bairro Quimpondo e este, terá confirmado sobre a prática de feiticismo por parte do menor.

Religião, abusos familiares e preconceitos culturais estão no centro da crença de feiticismo e na violência contra crianças acusadas de envolvimento na prática de feitiçaria/ Na foto, a imagem de uma palestra entre membros da igreja tocoísta em Angola.

 

Na alegação, a criança foi agredida quando os acusados se dirigiram para sua residência com o objectivo de fazer oração, por acreditarem que ela era feiticeira, e que durante as noites, os atormentava através de maus sonhos.

Durante a oração, alega a polícia, os adultos partiram para agressão, com o objectivo de libertar supostos espíritos malignos, sendo que as fortes pancadas recebidas em todo o corpo o levou a morte.

 

O responsável da Igreja do Simão Toco no Zaire, reverendo Cassimiro Cossi, reprovou a atitude dos membros, alegando que tal atitude, não vai de encontro com a doutrina da igreja.

Acusações de feitiçaria a crianças e adolescentes têm emergido em diversas partes da África, com destaque para a República Democrática do Congo, segundo revelam especialistas na matéria. Em Angola, segundo um estudo  da pesquisadora Luena Nunes Pereira, o fenômeno é observado principalmente entre o grupo étnico Bakongo.

Analistas apontam os fatores envolvidos na emergência deste fenômeno em Angola, considerando esta especificidade étnica e indicando como os diferentes agentes em instituições do Estado angolano, igrejas e ONGs vêm construindo percepções, discursos e formas de intervenção sobre esta questão, considerando diferentes noções de alteridade, cultura, família, igreja e comunidade.

Os suspeitos que ainda não fizeram defesa pública sobre a acusação devem ser apresentados ao ministério público para instrução de processo à tribunal.

 


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